A Calçados Pegada, que tem sua matriz em Dois Irmãos/RS, é um exemplo de como as práticas ESG podem, além de gerar economias para a empresa, produzir engajamento de funcionários e a criação de uma cultura solidária com relação à sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural.
O destaque da empresa, certificada no nível máximo do Origem Sustentável, o Diamante, com mais de 80% dos indicadores do programa alcançados, fica por conta das ações desenvolvidas conforme determinações do seu Núcleo de Sustentabilidade, um grupo multidisciplinar que ajudou a organizar e dar andamento a assuntos relativos à produção sustentável que estavam “soltos” na companhia e que realiza encontros semestrais para avaliação dos projetos e direcionamentos dos trabalhos que envolvam o assunto. Afinal, agrupar ações que já existiam em uma empresa com oito unidades no Rio Grande do Sul e Bahia, não seria uma tarefa fácil. “O principal benefício proporcionado pelo grupo foi a organização de ações de acordo com o framework do Origem Sustentável. Diante disso, desencadeamos também uma série de ações internas, como treinamentos, que possibilitaram a nossa certificação”, conta o gerente administrativo da empresa. Gabriel Ranft.
Inventário e redução
No ano de 2021 também marcou a realização do primeiro inventário de Efeito Estufa, que monitora as emissões de gases da atividade produtiva da Pegada. No total, as oito unidades produtivas foram inventariadas com relação às suas emissões de gases de efeito estufa, tendo emitido um total de 1.923,163 toneladas de CO2. O fato, justificado pela alta da demanda em função do período de retração forçada da demanda durante a pandemia, fez com que a empresa passasse a repensar processos para que sejam mais sustentáveis ao planeta. Desta forma, a Pegada passou a buscar formas de reduzir as emissões. “Sabemos que ao distribuir calçados para todo o País, emitimos uma grande quantidade de gases. O primeiro passo foi entender quais nossas maiores fontes de emissão de carbono. No entanto, vamos continuar tentando reduzir nossas emissões, fazendo a nossa parte do controle das mudanças climáticas estando comprometidos em reduzir 45% das emissões globais dos gases de efeito estufa até 2030”, destaca Ranft.
Gestão de recursos naturais
Em específico ao consumo de energia, a Pegada, que viu a utilização aumentar em 2021, estabeleceu a meta de reduzir a proporção mWh por par produzido (que aumentou quase 20% em 2021) por meio de projetos em eficiência energética. Entre as medidas, a empresa passou a adotar o consumo de energia apenas de fontes consideradas renováveis, como eólica, solar e biomassa, todas por meio do contrato de prestação de serviço com o Ambiente de Contratação Livre (Mercado Livre). O uso da água também passou a ser monitorado pelo grupo, que passou a desenvolver ações para conscientização dos colaboradores, o que teve reflexos importantes também nos seus lares. Conforme relatório divulgado pela empresa, entre 2020 e 2021 foi reduzido em 10% o uso da água nas dependências da indústria calçadista. Especificamente no caso das unidades localizadas na Bahia - 7 das 8 unidades - parte da água passou a ser consumida a partir da captação de chuvas e poços artesianos licenciados.
Conforme o Relatório de Sustentabilidade da Calçados Pegada, a empresa ainda compensa 22% das embalagens utilizadas nas vendas no Mato Grosso do Sul e São Paulo, e quer ampliar para mais estados brasileiros nos próximos anos.
Reciclagem e reaproveitamento
Por fim, ainda na área ambiental, a empresa reporta a reciclagem e reaproveitamento de resíduos termoplásticos pela moagem de solados, EVA e PU sobras do processo produtivo, recolocando o material de volta na produção e diminuindo o resíduo gerado. O gerenciamento dos resíduos, desde a sua geração até o carregamento nas caçambas da empresa contratada para o transporte e o processamento, é realizado por colaboradores celetistas. A partir do transporte até a destinação final, o processo é realizado por empresa terceira, competente e licenciada para que intermedeia a documentação para rastreabilidade dos lotes destinados.
Social
O pilar social é outro fator importante da cultura da Calçados Pegada que, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) contribuiu, no final de 2021, com doações para a compra de itens de primeiras necessidades - alimentos, roupas e calçados - para a população atingida pelas enchentes no Sul e Sudoeste da Bahia.
Em outra oportunidade, também em 2021, a empresa contribuiu com o valor de R$ 10 mil para a entidade Santa Casa da Misericórdia, em Porto Alegre/RS, sendo o valor destinado para o desenvolvimento do projeto “Melhoria no atendimento do idoso no serviço de emergência”. Ainda com doações em dinheiro, a Calçados Pegada doou R$ 51 mil para o projeto de realização de oficinas artísticas gratuitas continuadas com crianças, adolescentes e adultos na escola de artes da Aldeia da Herta, em Morro Reuter/RS.
Além dessas ações, a empresa somou outros R$ 20 mil doados para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do adolescente do Rio Grande do Sul. Por fim, a empresa ainda dá um novo destino para calçados Pegada restaurados, que são doados para a Apae, Instituto da Criança, Instituto do Câncer, Lar de Idosos e a Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC). Ao todo foram 2000 pares de calçados doados a estas instituições, todas localizadas na Bahia.
A empresa
Fundada em 1989, a Calçados Pegada emprega, nas suas oito unidades, mais de 4,2 mil colaboradores e produz cerca de 6 milhões de pares por ano. A exportação gira em torno de 12% a 14% ao ano, sendo os principais mercados o da América Latina e Europa, com bastante representatividade também no Oriente Médio e constante crescimento na América do Norte.
