Desmistificando a logística reversa de embalagens
- Origem Sustentável
- 26 de set. de 2022
- 3 min de leitura
A responsabilidade de cuidar do meio ambiente pertence a todos nós - o que vale para todos os cidadãos, setores público e privado e áreas de atuação. E pensar em soluções que contribuam para a construção de um mundo mais sustentável faz parte desse processo. Por isso, acredito que a troca de conhecimentos e experiência faz toda a diferença.
Muito se fala sobre a logística reversa atualmente, mas o assunto ainda não é compreendido por todos. Então explico, de maneira resumida: é um processo que faz parte do que chamamos de economia circular (volta dos produtos à cadeia produtiva após o descarte), e que torna possível a recuperação dos resíduos para seu reaproveitamento, como, por exemplo, com a reciclagem.
No Brasil existem alguns desafios importantes: a dimensão continental do país e a infraestrutura precária tornam essa recuperação quase impossível. Mas existem alternativas para que, mesmo assim, as empresas possam diminuir os seus impactos no meio ambiente. Uma delas é a compensação ambiental de embalagens.
Como o nome diz, é uma maneira de contrabalancear os prejuízos, compensando-os. Dessa forma, sabendo o volume de materiais (papel, metal, vidro ou plástico) comercializados em um determinado período, é possível investir financeiramente na rede de profissionais de reciclagem para que ela faça a reciclagem de uma quantidade equivalente do mesmo tipo de resíduo na mesma região.
Mais do que um apelo ambiental, a logística reversa passou a ter apelo jurídico para as empresas desde a vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma legislação ambiental que visa a diminuição de resíduos direcionados aos aterros e lixões.
Segundo a legislação brasileira, é necessário garantir o aproveitamento de pelo menos 22% do volume total de embalagens pós consumo inseridas no mercado, mas as organizações podem optar por taxas maiores.
No setor de calçados do Brasil, que tem um crescimento previsto entre 1,8% e 2,7% em 2022, segundo a Abicalçados, a estimativa é que se encerre o ano com uma produção em torno de 828 milhões de pares. Imagine quantas embalagens não serão distribuídas?
Os dados mostram como as iniciativas de logística reversa do setor são importantes e, inclusive, é um segmento expressivo na base de clientes da eureciclo, que é, atualmente, a líder do mercado de compensação ambiental de embalagens do país. A companhia conta com mais de 50 parceiros calçadistas, que, juntos, já garantiram a reciclagem de suas embalagens comercializadas.
Mas a minha empresa precisa fazer a logística reversa das embalagens? Atualmente todas as empresas são definidas como co-responsáveis na PNRS e o recém publicado Decreto Federal 11.044. Isso quer dizer então, que quem distribui, comercializa, produz e importa produtos com embalagens, vai precisar cumprir com a PNRS e comprovar o processo de logística reversa.
Portanto, a compensação ambiental é uma ferramenta de aplicação e comprovação eficaz da logística reversa.
Como o investimento na cadeia de reciclagem posiciona a sua marca? Em primeiro lugar, é preciso conhecer os três pilares da sustentabilidade, são eles: Econômico, ambiental e social. Em segundo lugar, é importante que a empresa esteja em sintonia com cada um desses pontos para que alcance os resultados desejados.
Os créditos de reciclagem cumprem com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ainda atendem aos critérios ESG (ambiental, social e de governança corporativa):
● É uma opção econômica: Comparado às outras soluções de Logística Reversa, os créditos de reciclagem, através da compensação ambiental, são viáveis de se manterem por não dependerem de estrutura física da empresa ou gastos com manutenção.
● Contribuição aos atores : Investir na cadeia de reciclagem é contribuir com o impacto social, a partir da renda extra paga as cooperativas e operadores.
● Rastreabilidade das Notas Fiscais: como forma de dar escala e tornar possível a quantificação dos resíduos pós-consumo reciclados no Brasil.
Por fim, estes três critérios atuarão como um tripé das boas práticas que a empresa deve seguir, o que, do ponto de vista estratégico é de suma importância para o negócio.
A reciclagem tem potencial para crescer muito ainda no nosso país. Com ações que incentivem os profissionais e a evolução das taxas, contando com o comprometimento, a responsabilidade e o engajamento de todos, o resultado será cada vez mais animador.

Annanda Barros
Responsável por Parcerias Institucionais na eureciclo
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